O órgão que comanda praticamente tudo no corpo humano também passa por transformações durante o período da TPM. “Atualmente, sabe-se que ocorrem variações de alguns neurotransmissores, como serotonina e endorfinas, que, associados a alterações hormonais próprias da fase do ciclo menstrual, desencadeiam os sintomas de TPM”, descreve a ginecologista Juliana Lelis.
A TPM está no cérebro
Na fase folicular, aumentam-se os níveis de serotonina e, com isso, há uma maior quantidade de receptores responsáveis pela sua captação. Após esse intervalo, que dura cerca de 14 dias, ao entrar na fase lútea, o nível desse neurotransmissor é reduzido consideravelmente, e muitos receptores ficam sem utilidade. “Até o organismo entender que houve uma queda dos níveis de serotonina e retorne aos números normais, os sintomas da TPM permanecem”, complementa a ginecologista e obstetra Patrícia Arie.
Essas reações passam a afetar diretamente questões físicas e comportamentais femininas. Tudo começa com o aumento nos níveis hormonais, pois o corpo se prepara para uma possível gestação. “Em primeiro lugar, no ciclo menstrual, há a elevação da quantidade de progesterona circulante. Quando ocorre a menstruação, existe uma queda no volume tanto dessa substância quanto de outro hormônio feminino, o estrógeno”, ressalta Patrícia.
Comum entre as mulheres na TPM, a irritabilidade e a oscilação de humor surgem exatamente nessa fase de variação hormonal. Porém, não são os únicos sinais. “Ao todo, já foram descritos mais de 100 sintomas, mas os mais frequentes são nervosismo, desânimo, aumento do apetite, insônia, entre outros”, sinaliza a doutora em ginecologia Mara Diegoli .
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Juliana Lelis Spirandeli, ginecologista e obstetra especialista em fertilidade e reprodução assistida na Amato – Instituto de Medicina Avançada; Mara Diegoli, doutora em ginecologia, coordenadora do Primeiro Centro de Apoio à Mulher com TPM do Hospital das Clínicas de São Paulo e autora do livro Vencendo a TPM (Editora Pioneira, 1998); Thelma de Figueiredo, ginecologista e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig); Patrícia Arie, ginecologista e obstetra da Clínica Vivitá.