Não é à toa: se for crônico, o problema pode trazer prejuízos significativos ao bebê. Tire todas as suas dúvidas com a ajuda do gastroenterologista pediátrico Mauro Toporovski, professor da Santa Casa de São Paulo:
1. O que é o refluxo gastroesofágico?
Trata-se do retorno do conteúdo do estômago ao esôfago. Esse fenômeno é bastante comum nos primeiros meses de vida, mas tende a se resolver espontaneamente até o bebê completar um ano.
2. Como saber se o refluxo é patológico?
Quando as regurgitações são excessivas e marcadas também por vômitos e dificuldades de alimentação, podem ser consideradas anormais e precisam ser tratadas o quanto antes. A doença do refluxo gastroesofágico pode provocar perda de peso e anemia e vem acompanhada de outros sintomas, como choro excessivo, chiado no peito, laringite, otite e sinusite. Se seu filho regurgita uma pequena quantidade de leite ocasionalmente após as mamadas e continua engordando, não corre riscos.
3. Por que acontece?
O refluxo acontece por causa da distensão do fundo do estômago e pela fragilidade do esfíncter (anel muscular) do esôfago que, nos bebês, relaxa-se com freqüência após as refeições ou se abre com facilidade, provocando a volta do leite à boca.
4. Qual a diferença entre regurgitação e vômito?
Na primeira, há o retorno de uma pequena quantidade de alimento à boca, sem esforço. No caso do vômito, geralmente há náusea e contração do músculo abdominal para expulsar o conteúdo do estômago.
O que pode ser feito para resolver o problema?
Algumas medidas simples podem ajudar você e seu bebê a lidarem melhor com o desconforto:
– Deixe-o sentadinho, com a cabeça mais elevada, ancorado por almofadas, movimentando-o o mínimo possível após a refeição.
– Se necessário, coloque a criança para dormir de lado (preferencialmente do lado esquerdo) com o berço levemente inclinado.
– Não deixe seu filho no bebê conforto por muito tempo, pois isso favorece a regurgitação.
– Não pressione o abdome do bebê nem coloque roupas apertadas nele.
– Coloque seu filho para arrotar com maior frequência durante e depois das mamadas.
– Conforme a indicação do pediatra, a alimentação do bebê que tem refluxo precisa de cuidados especiais. A dieta deve ser relativamente espessa e os alimentos, oferecidos em volumes pequenos, várias vezes ao dia. Se o problema for grave, podem ser necessários medicamentos e cuidados extras, que devem ser discutidos com o médico.