No Brasil, cerca de 35 mil pessoas são diagnosticadas com esclerose múltipla, doença degenerativa em que o próprio corpo ataca os neurônios, causando incapacidade física e fadiga. Apesar dos números, pouco se sabe sobre esse grupo de pessoas e como convivem com a doença. Nas próximas linhas, você entende melhor o problema e confere um novo tratamento para esclerose múltipla.
Compreendendo a doença
• O que é: o termo em si significa o endurecimento de algum órgão e vem do grego “skleros”, que significa duro. Entre as causas gerais desse problema estão a idade avançada, inflamações e doenças autoimunes, que podem levar a perda de elasticidade do tecido e causar alguma forma de esclerose.
• Principais tipos: entre as mais conhecidas estão a esclerose múltipla (EM), a esclerose lateral amiotrófica (ELA), a esclerose sistêmica e a esclerose tuberosa, além da arteriosclerose.
• Grupo de risco: se comparado às causas de demência, as formas de esclerose costumam acometer indivíduos mais jovens – e a maioria não tem ligação ao envelhecimento. No caso da esclerose múltipla, por exemplo, é mais comum na faixa dos 20 a 40 anos e acomete mais mulheres que homens.
• Como diagnosticar: como as formas de esclerose variam entre si, a avaliação médica é diferente. O risco é, em alguns casos, como na EM e na ELA, em que os pacientes levam cerca de oito meses entre o início dos sintomas e o diagnóstico, perder tempo no tratamento, fator importante para retardar a doença. “Atualmente, as escleroses ainda não possuem cura, apenas medidas e medicações de controle, mas há estudos avançando nesse sentido”, destaca a médica da família Cristiane Gussi.
Novo tratamento
A última atualização do rol de eventos e procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que é a cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde no Brasil, trouxe uma ótima notícia para os brasileiros que convivem com a Esclerose Múltipla (EM) – a inclusão de um medicamento imunubiológico para tratar a doença no Sistema de Saúde privado. O natalizumabe, administrado via infusão intravenosa, está indicado para a prevenção de surtos e retarda a progressão da incapacidade nos pacientes com Esclerose Múltipla Recorrente Remitente. “Essa incorporação é um grande avanço no direito do paciente. Até o ano passado, não tínhamos qualquer medicamento para tratar a EM disponível na cobertura mínima da ANS. É mais uma via de acesso ao tratamento. Para nós, quanto mais opções, melhor”, explica o fundador da associação de pacientes Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), Gustavo San Martin.
Os pacientes com prescrição médica de natalizumabe podem realizar a solicitação do medicamento e do procedimento diretamente à sua operadora de saúde ou sua rede de prestadores credenciada e referenciada. As terapias atualmente disponíveis para o tratamentoda esclerose múltipla permitem controlar sua progressão, reduzindo a recorrência de surtos e aliviando os sintomas. O objetivo principal é manter a doença estável. Os medicamentos, aliados ao suporte de uma equipe médica multidisciplinar e a um estilo de vida adaptado, permitem ao paciente conviver com a doença de forma controlada e manter a qualidade de vida.
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