De 2003 para cá, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a gravidez entre 40 e 44 anos aumentou 17%. “Normalmente, as mães que engravidam nessa idade escolhem essa fase devido à estabilidade financeira, profissional, conjugal e emocional”, explica a psicóloga Luciana Romano. Foi o que aconteceu com a maquiadora Janice Soares Pereira, de 39 anos, que conta aqui sua história!
Maturidade
Por ter uma infância dura e carente, Janice tinha uma imagem de que para ter um filho era preciso muito planejamento. Mas mudou de ideia aos 38 anos, quando engravidou do primeiro bebê. “Com o tempo, fui perdendo a vontade de ter filho, mas quando me casei, tive um relacionamento estável e foram 3 anos planejando e pensando em ter uma criança”, ressalta Janice.
Saúde
Muitas mulheres se preocupam com seu estado de saúde em uma gravidez tardia, como complicações com elas mesmas e com o bebê, além de se questionarem sobre paciência e disposição para tomar conta de uma criança. Para Janice, isso foi algo natural. “Tive uma gestação perfeita. O maior desafio é pensar se você vai ter energia para dar conta de uma criança. A maior vantagem é estar mais madura, poder dar uma atenção diferenciada para a criança e mais amor, pois quando somos jovens, sentimos insegurança para tudo. Depois de uma certa idade, nos tornamos mais organizadas e mais tranquilas”, disse.
Preocupações e pressão
As mulheres com gravidez tardia podem apresentar preocupações do tipo: ‘serei mãe muito velha? Como associar minhas medicações à gravidez? Quando falecer meu filho ainda será muito novo? Chegarei a ter netos?’. “Nesses casos, a família deve perceber quais são suas dificuldades e procurar ajuda caso sintam necessidade, pois isso influenciará diretamente o feto que sente todas as alegrias e tristezas maternas e de seu núcleo familiar”, orienta a psicóloga Raquel Benazzi.
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Preparação
“É fundamental para a mulher que deseja engravidar tardiamente se conscientizar das dificuldades biológicas que enfrentará e, com isso, se preparar para uma vida mais saudável. O mais importante é sentir-se bem e ter disponibilidade de oferecer amor para cuidar e educar”, continua.
Pressão
As especialistas apontam ainda que outro fator interfere e muito na decisão da mulher em optar pela gravidez após os 40 anos: a pressão familiar. “Sofrer pressão da família e sociedade é muito comum, pois historicamente as mulheres tinham filhos muito mais jovens. É preciso refletir a respeito do quanto são influenciadas, positivamente ou negativamente e de que maneira respondem a essas cobranças”, destaca Raquel. “O casal deve lembrar que a maternidade envolve uma mudança de vida, as preocupações, alegrias, dificuldades e responsabilidades existirão, a decisão de iniciar essa fase, deve ser conjugal”, concluem as especialistas.