Aquele velho ditado diz: “o trabalho enobrece e dignifica o homem”. Apesar de não ser uma unanimidade, alguns levam seus afazeres a sério no emprego. Na realidade, para muitos, essa atividade é a fonte de renda para cumprir as obrigações financeiras ou a que garante o lazer no final de semana com a família.
No entanto, após envolver-se tanto nessa rotina, algumas pessoas podem apresentar complicações não só no trabalho, mas também na própria saúde. De acordo com dados de 2010 da International Stress Management Association do Brasil (ISMA – BR), uma associação sobre gerenciamento de estresse, 30% da população economicamente ativa do país sofre com a – desconhecida de muitos – síndrome de burnout. A pesquisa avaliou mil trabalhadores entre 25 e 60 anos, nas cidades de São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS).
Quando o trabalho se torna um inimigo
É assim que o cérebro de alguém com a síndrome identifica a ocupação profissional, e acaba transmitindo essa informação para o resto do organismo. Em questão de segundos, o corpo entra em uma condição e fica pronto para enfrentar o risco que está próximo. Com a liberação de hormônios pelo hipotálamo, surgem diversas reações, como a maior produção de neurotransmissores (por exemplo, a adrenalina, que age em situações de medo, perigo e estresse) no cérebro.
Apesar de não haver nenhum perigo iminente à vida, esse quadro provoca diversas consequências para o indivíduo. A psiquiatra Maria Cristina De Stefano descreve que “a síndrome de burnout é entendida como um grande desgaste físico e emocional causado pelo ato de trabalhar, geralmente, até a exaustão, em razão do estresse ocupacional crônico”. Mesmo não sendo um leão ou monstro extremamente terrível, o receio pelo desemprego ou por não exercer bem a função caracteriza-se como uma ameaça.
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Consultorias: Andrea Deis, master coach; Gislaine Aude Fantini, psicóloga; Maria Cristina De Stefano, psiquiatra.
Texto e entrevistas: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Augusto Biason/Colaborador