A dislexia é um transtorno de aprendizagem definido pela dificuldade nas habilidades de escrita e leitura. É marcado, principalmente, pela troca de letras e sons semelhantes. Alguns exemplos bem comuns são a confusão entre sons como d e t (por exemplo, “no entanto” por “no entando”) e a adição ou a supressão de sílabas em algumas palavras.
O transtorno surge devido a uma má formação no cérebro. Durante a gestação, desenvolvemos circuitos responsáveis pelas conexões entre as células do sistema nervoso central. No caso da dislexia, ainda na formação intrauterina, há uma falha no transporte das células que deveriam formar esses circuitos, provocando alterações. Por isso, o órgão apresenta problemas ao fazer a circulação das informações nas áreas responsáveis pela leitura e escrita.
Os primeiros a perceberem a dificuldade da compreensão costumam ser os professores e familiares. De acordo com as psicólogas Jucineide de Oliveira e Mariana Calhau, a partir da identificação, essas crianças são encaminhadas a profissionais especializados para o diagnóstico e o tratamento.
As intervenções desenvolvem os aspectos cognitivos e também trabalham os afetivomotivacionais. O tratamento ideal deve envolver a criança, a família e a escola, com o intuito de valorizar as conquistas do disléxico e reconhecer a importância das mediações adequadas. “Sabe-se que aquilo que a criança faz com apoio (ajuda) representa o que ela tem potencial para desenvolver sozinha”, explicam. As psicólogas ainda destacam que a intervenção não deve ser conduzida a partir de punições. “A criança apresenta uma dificuldade, não é preguiça ou falta de interesse”, ressaltam.
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Texto: Érica Aguiar/Colaboradora – Entrevistas: Andrey Seisdedos e Érica Aguiar/Colaboradores – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Amanda Abreu Menezes, coordenadora do curso de pedagogia na Faculdade Anhanguera de Brasília – Pistão Sul (DF); Jucineide Della Valentina de Oliveira e Mariana Calhau, professoras no curso de psicologia da Faculdade Pitágoras, em Linhares (ES); Renata Alves Paes, psicóloga cognitivo-comportamental e doutora em neurociências.