A depressão tem um apelido nada agradável: o mal do século 21. Não é para menos. De acordo com uma projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), em pouco mais de uma década, a doença será a de maior abrangência no mundo — inclusive, atualmente, ela é considerada a mais incapacitante das patologias.
Para um grupo formado por médicos e pesquisadores voluntários (a Força Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos — USPSTF, na sigla em inglês), a aplicação de avaliações que visem o diagnóstico de casos depressivos deveria ser constante para adultos de todas as idades. O motivo para isso seria o fato de que, segundo a equipe, a identificação precoce do distúrbio ajudaria na recuperação e a diminuir os prejuízos causados pela doença. Outra organização que fez recomendação semelhante foi a Academia Americana de Pediatria, mas, dessa vez, com os testes voltados a crianças a partir dos 11 anos.
A relevância
Talvez, mais importante do que o progresso do tratamento da depressão seja a observação dos sintomas e o diagnóstico do transtorno em si. Isso porque, para que a recuperação seja eficiente, o reconhecimento preciso logo no início do quadro é essencial, levando-se em conta os aspectos pessoais de cada um e o contexto em que está inserido.
Para se ter uma ideia da importância da análise correta, mais da metade dos pacientes identificados com o quadro depressivo não passa por acompanhamento médico, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desses, 73,4% alegou não se sentir mais deprimido, apesar do diagnóstico.
LEIA TAMBÉM
- Apesar dos sentimentos negativos, há saída para a depressão
- 7 importantes dicas para prevenir a depressão
- Depressão é mais comum em pessoas que já tiveram doenças neurológicas
Consultoria: Maria Cristina de Stefano, médica psiquiatra.
Texto e edição: Augusto Biason/Colaborador – Entrevista: Ricardo Piccinato