A alegria extrema da chegada de um novo membro na família, pode se tornar um pesadelo para a mãe. A depressão pós-parto é um problema que afeta uma em cada quatro mulheres no Brasil. Desanimo e irritação antes de dar a luz são os primeiros sinais que a mãe apresenta e a rejeição ao filho após o nascimento é o sintoma mais grave que ela pode ter. Durante muito tempo a depressão pós-parto foi tratada como loucura. Afinal, o que explica uma mãe ficar triste com o nascimento do bebê?
Alterações químicas
O principal fator que pode desencadear a depressão pós-parto é a alteração no quadro hormonal. “Esta mudança é muito abrupta, como por exemplo no aumento da prolactina que, apesar de ser responsável pela produção do leite materno, é um hormônio depressor”, explica a ginecologista Elisabete Dobão. De acordo com ela, outros fatores que podem ser responsáveis pelo problema são: situação traumática durante o parto, história patológica anterior e as alterações radicais na vida conjugal, familiar, profissional e social. “Todos esses fatores podem levar à depressão, mas em graus variados. Se for grave, é necessário acompanhamento psiquiátrico”, afirma a especialista.
Principais sintomas
- Sensação de cansaço constante e duradoura
- Falta de alegria
- Irritabilidade frequente
- Rejeição ao bebê
- Sentimento de culpa
- Mudanças bruscas no humor
- Indisposição física, emocional e psíquica duradouras
- Desinteresse por todas as atividades do dia a dia
Como tratar?
Em geral, nos casos mais leves, essas alterações no humor pós-parto desaparecem espontaneamente, após algumas semanas. No entanto, um acompanhamento ginecológico e psiquiátrico é recomendado. Já nos casos em que a depressão é de grau moderado ou grave é importante iniciar o mais rápido possível um tratamento à base de medicamentos antidepressivos e sessões constantes de apoio psicoterápico. A duração do tratamento varia muito de pessoa para pessoa e depende da evolução da paciente.
O apoio é fundamental
A mulher com a doença precisa contar a com a o marido e a família. Eles precisam estar atentos aos sintomas. Detectada a doença, o marido e os familiares não devem jamais negar o fato de que a mãe precisa de auxílio especializado. “Há um preconceito muito grande com relação à depressão, ainda mais num momento como este, em que pode parecer incompreensível que uma mãe fique ‘triste’ com o nascimento do filho. Por isso, é necessário entender que o cérebro é um órgão como outro qualquer, que precisa de tratamento quando está doente”, ressalta a especialista.
Consultoria Elisabete Dobão, ginecologista
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