Mãe que é mãe sabe que tentar acalmar o filho numa crise de choro não é uma tarefa das mais fáceis. Nessa hora, oferecer a chupeta para o pequeno se torna algo praticamente irresistível, já que ela é capaz de distrair o mais irritado dos bebês. Só que longe de ser inofensivo, esse artifício pode custar bem caro no futuro. “A chupeta pode causar a chamada confusão do bico. Ou seja, estimula a criança a não mamar mais no seio da mãe”, adverte o pediatra João Batista.
Para piorar, é bem comum essa vilã influenciar de forma bastante negativa no desenvolvimento dos dentinhos do bebê, empurrando e entortando a arcada. E se os malefícios são muitos, suas vantagens, em contrapartida, são nulas. “A chupeta não proporciona nenhum tipo de benefício ao bebê, logo, evite oferecê-la ao pequeno”, orienta Batista.
Glub, glub
A mamadeira é outro utensílio que anda na lista negra dos pediatras e fonoaudiólogos de plantão. Os motivos que fazem com que essa suposta parceira da mamãe seja desaconselhada são bem parecidos com os da chupeta. Segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), realizada com 60 lactantes, a mamadeira pode prejudicar o funcionamento da musculatura da face da criança e provocar alterações ortodônticas. Para os estudiosos, o ideal é que o bebê somente seja alimentado no peito até os seis meses. A mamadeira é desaconselhada enquanto a criança ainda mama no seio da mãe.
Passo a passo
Se o uso da chupeta e da mamadeira ainda gera discussões, o andador já foi julgado e sentenciado culpado pelos médicos ortopedistas e pediatras. Segundo especialistas, ele pula etapas no desenvolvimento da criança e ainda força os membros inferiores. “A criança deve estar madura para começar a andar e esse tempo deve ser respeitado. Se colocada num andador, ela pode machucar o joelho, por exemplo”, afirma o ortopedista Antônio Borja. Antes de sair andando, o bebê precisa desenvolver o equilíbrio do corpo ao sentar.
Na sequência, aprender a engatinhar o ajudará a desenvolver a báscula da bacia. “Só depois desses dois processo ele vai conseguir ficar em pé e se equilibrar”, descreve o profissional. O uso do andador apenas é indicado no caso de crianças que sofrem algum tipo de problema neurológico, o que provavelmente influenciará no processo chamado “aprendizado da marcha”. Mas antes do bebê ser colocado no aparelho, o ortopedista deve investigar muito bem o seu quadro clínico. “E o andador a ser utilizado deve ser específico para o seu caso”, finaliza o especialista.
Leia também:
- Azia e refluxo nos bebês: esse problema também pode afetar os pequenos
- Cólica nos bebês: saiba como identificar esse desconforto nos pequenos!
- Bebês: confira algumas dicas de como lidar com certas situações!
Consultoria Antônio Borja, ortopedista; João Batista, pediatra