Por se tratarem de reproduções aleatórias de acontecimentos do cotidiano, os sonhos são encarados como espelhos do dia a dia, podendo proporcionar grandes descobertas (os chamados insights) durante eles. “Os sonhos são feitos de emoções do dia a dia, pensamentos, prazeres, medos e criatividade durante eles, ou até mesmo de um pedaço de filme assistido logo antes de dormir”, exemplifica o psicólogo e hipnoterapeuta Bayard Galvão.
Entretanto, segundo a linha teórica da hipnoterapia educativa, empregada por Bayard, mais importante do que o visto ou ouvido no sonho, é como a pessoa se sentiu nesses momentos e de que maneira os sentimentos fazem parte do dia a dia. “Isso sim precisaria ser entendido e tratado, não as místicas compreensões das eventuais cenas oníricas”, afirma.
Imprescindível
Apesar de não haver consenso sobre a função do sonho para o ser humano, a ciência descobriu que sem ele nossas lembranças não seriam as mesmas. Isso porque os sonhos ocorrem durante a última fase do sono, o REM.
“Hoje, a neurociência sabe que os sonhos são importantes processos para o armazenamento de informações, na transferência da memória de trabalho (de curto prazo) para a de longo prazo”, explica o neurocientista Aristides Brito. É como se os sonhos fossem efeitos deste sistema de transferência — o que explicaria o motivo de muitas coisas que sonhamos ter um pé no nosso cotidiano, combinadas com outras alucinações criadas pelo processo em si.
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Consultorias: André Gellis, psicólogo e professor assistente do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru (SP); Aristides Brito, neurocientista e diretor do Marca Pessoal Treinamentos; Bayard Galvão, psicólogo clínico, hipnoterapeuta, escritor, palestrante e presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo; Roberto Debski, psicólogo, médico e diretor da Clínica Ser Integral, em Florianópolis (SC).
Texto e edição: Augusto Biason/Colaborador – Entrevistas: Augusto Biason e Jéssica Pirazza/ Colaboradores