Quem nunca lamentou por ter exagerado na comida? Seja em um almoço com amigos e família, naquele churrasco que durou o dia inteiro, na sobremesa ou até mesmo um fast food. Essa preocupação, até certo ponto, pode ser considerada normal, pois muitas vezes nos sentimos “pesados”, fazemos uma má digestão e tudo isso colabora para o sentimento de culpa. Contudo, um sinal de alerta deve ser ligado quando essa preocupação é levada muito a sério ao ponto de provocar vômitos após comer ou ingerir alimentos de forma exagerada.
A pressão por ter um corpo perfeito, com músculos definidos, barriga chapada e curvas esculturais faz com que muitas pessoas recorram a medidas extremas para obter a boa forma – e a bulimia é uma dessas ações que inicialmente parece ser muito eficiente, mas rapidamente mostra-se um quadro perigoso para a saúde.
Pesquisas apontam que apesar de ocorrer em ambos os sexos, 90% das vítimas do transtorno são mulheres. Esse número pode ser reflexo de uma cultura de que as mulheres devem ser magras, esbeltas e sinônimo de sexualidade e beleza. Porém, não são as jovens as maiores portadoras desse transtorno, mas sim as mulheres de meia idade, entre 40 e 60 anos, como aponta um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.
Sintomas
A maioria das pessoas que sofre com a bulimia se enxerga mais gorda do que realmente é. Antes de se submeterem à prática de provocar vômitos, muitas vezes, elas seguem dietas restritivas e cortam de sua alimentação, de modo radical, os alimentos que mais gostam. O processo acontece quando, ao sentir fome, a pessoa se desvia da dieta e comete o excesso consumindo grande quantidade de alimentos calóricos. A culpa é o sentimento subsequente à falha e com isso vem o ato de induzir o vômito, usar laxativos ou diuréticos.
Fazer um jejum prolongado e praticar exercícios físicos de forma exaustiva também configura uma forma de castigo por sentir o prazer de comer algo delicioso e proibido. As pessoas com esse transtorno fazem do vômito uma prática constante – já foram relatados casos em que os pacientes chegam a vomitar cerca de quinze vezes no mesmo dia. Os sintomas da bulimia também estão relacionados ao domínio da mente. Saber identificar a diferença entre a fome e a vontade de comer e controlar a ansiedade são comportamentos essenciais.
Quem sofre com a depressão, comportamentos obsessivos compulsivos (como a automutilação), baixa autoestima ou distorções da autoimagem pode compor o grupo dos bulímicos. Além disso, é preciso atentar-se para outras características como dietas muito restritivas, alimentação compulsiva de alimentos gordurosos, uso de laxantes e diuréticos, vômitos induzidos e ingestão exagerada de alimentos sem ganho de peso considerável, aumentam a lista dos sintomas do transtorno alimentar.
O diagnóstico de bulimia deve ser dado por um profissional da saúde, porém, ele pode não ser imediato, uma vez que são diversos sintomas que caracterizam a bulimia. Geralmente, as primeiras pessoas que percebem o problema são os familiares e amigos, o que exige um olhar atento. Assim que diagnosticado, a pessoa bulímica precisa de cuidados específicos. É recomendado uma orientação psicológica e o acompanhamento de uma nutricionista, além de todo o apoio das pessoas mais próximas.
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