“Naturalmente, o organismo produz uma quantidade de radicais livres, ubstâncias fundamentais para o funcionamento e a proteção do corpo. Porém, a rotina desgastante, a exposição diária a agentes tóxicos, raios ultravioleta, fumo e alimentação imprópria aumentam essa produção, que acaba destruindo membranas celulares, como o DNA. A consequência é o estresse oxidativo e inflamações, fatores de risco para o surgimento de doenças degenerativas crônicas como diabetes, cardiopatias e câncer”, explica a nutricionista Greice Caroline Baggio.
Nesse contexto, a alimentação é um fator importante na busca por um equilíbrio, pois tanto pode favorecer o surgimento de tais doenças quanto preveni-las. No caso do câncer, estima-se que hábitos alimentares pouco saudáveis aumentem em 35% as chances de desenvolver a doença.
Cereais e fibras
Diversos estudos associam o consumo de fibras com a redução do risco de câncer de cólon e reto. “Uma justificativa para isso é o auxílio das fibras na regularização do trânsito intestinal, diminuindo o tempo de exposição da parede do intestino a possíveis substâncias cancerígenas formadas na flora intestinal a partir da digestão de gorduras e açúcares”, considera o nutricionista Fábio Gomes, da área de Alimentação, Nutrição e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O ideal para garantir o nutriente é investir em seis porções de grãos e cereais integrais ao dia, sem esquecer de ingerir, no mínimo, oito copos de água, que faz com que as fibras desempenhem suas funções.
Hortifrutis
Legumes, frutas e verduras também são fontes de fibras e devem ser consumidas regularmente para suprir as necessidades do organismo.
“Carotenoides, antioxidantes e compostos fenólicos são outras substâncias disponíveis nos vegetais responsáveis por sua função protetora, especialmente contra tumores de boca, faringe, laringe, esôfago e no estômago”, acrescenta Gomes.
Por exemplo, cenoura e folhas verde-escuras são fontes de betacaroteno e tomate e mamão, de licopeno, substâncias poderosas conta o câncer. Se possível, adquira produtos orgânicos, especialmente pimentões, morangos e o próprio tomate, que lideram o grupo de vegetais contaminados por agrotóxicos. Consuma, no mínimo, quatro porções de verduras e legumes ao dia e três de frutas.
Lista negra
Quando o assunto é blindar o corpo contra tumores, não basta investir em alimentos de boa qualidade, associados a hábitos saudáveis, como não fumar, evitar desgaste emocional e sedentarismo.
Certos ingredientes, se não excluídos, precisam ser bem menos frequentes na dieta.
Embutidos – Presunto, salsicha, salame e até mesmo os “light” peito de peru e blanquet contêm nitratos e nitritos, conservantes que, ao longo do tempo e em contato com o suco gástrico, transformam-se em nitrosaminas, substâncias cancerígenas.
Carnes processadas e salgadas – Estudos apontam que o alto teor de sal pode favorecer o surgimento do câncer de estômago.
Churrasco, grelhados e defumados – O problema aqui não é só a qualidade da carne – que, se muito gordurosa, favorece processos inflamatórios e degradantes nas células -, mas o preparo, pois, quando submetidas a temperaturas muito elevadas, forma compostos carcinogênicos. A formação dessas substâncias também ocorre em alimentos defumados.
O que e quanto comer?
• 1 colher (chá) de linhaça ao dia
• 1 tomate ao dia
• 2 potes (180g) de iogurte diários
• 1 laranja por dia
• 1 concha de feijão ou outras leguminosas diária
• 1 xícara (chá) de brócolis intercalada com 1/2 xícara (chá) de abóbora ao ongo da semana
Consultoria: Fábio Gomes, nutricionista da área de Alimentação, Nutrição e Câncer do Instituto Nacional de Câncer
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