Fórmulas e rituais para expulsar o diabo ou algum espírito inconveniente foram concebidas por diversas crenças ao redor do mundo há muitos anos. A luta pelo domínio do corpo de um mortal foi estudada, documentada e normatizada com fervor pelo catolicismo romano, mas isso não significa que a possessão, ou a ideia de ser atormentado por algo maligno, seja exclusividade dos católicos.
Veja como a umbanda encara o exorcismo e realiza trabalhos para espantar os espíritos atormentados em seus fiéis:
Espíritos atormentados
Religiões afro-brasileiras, como a umbanda, acreditam que a possessão ocorre por eguns, espíritos desencarnados que estão de alguma forma atormentados e perdidos. Assim, não são o demônio ou alguma entidade do mal. Essa situação é diferente de quando exus, caboclos ou outros espíritos baixam, pois, neste caso, há apenas a montagem no cavalo ou a baixa de um santo.
Trabalho para espantar
Eguns são expulsos do corpo da pessoa por meio do trabalho de médiuns incorporados por santos evoluídos mediante a força da voz e até força física. No ritual, eles “trancam” o espírito para que ele não possa mais voltar a incorporar.
É possível espantar essas entidades de três maneiras: com o descarrego, que acontece em um ambiente com velas acesas e ervas queimando, ao som de orações e cantos, quando um guia espiritual (pai-de-santo, por exemplo) faz um passe sobre a pessoa perturbada; com a desobsessão, bastante parecido com a cerimônia espírita, que envolve conversas com o espírito para que ele retorne ao seu próprio caminho; e o sacudimento, quando a natureza desempenha um papel purificador, por isso, muitas vezes é feito ao ar livre, como em cachoeiras. Pode acontecer de exu, considerado um mensageiro, ser invocado durante o ritual para conduzir o espírito de volta à luz.
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Texto: Natália Negretti