A história do exorcismo da jovem alemã Anneliese Michel serviu de roteiro para uma obra do cinema. A trajetória da moça foi contada em O Exorcismo de Emily Rose (2005), mas com várias adaptações. Veja como foi o caso real:
Anneliese Michel
A história original de Emily Rose se passa em Baviera, região mais católica da Alemanha (e terra natal do papa Bento 16). De família muito religiosa, Anneliese nasceu em 1952 e foi uma adolescente profundamente doente: ela sofria de epilepsia e depressão, antes de começar a relatar episódios de esquizofrenia – a jovem dizia que ouvia vozes que lhe diziam que arderia no inferno e que jamais encontraria a salvação. Internada num hospital psiquiátrico, tomou diversos medicamentos, mas seu estado de saúde parecia regredir a cada dia. Nessa época, ela dormia no chão, comia moscas e aranhas, assim como mordia ou insultava seus familiares. Também rasgava as próprias roupas, se automutilava e urinava em qualquer lugar.
O exorcismo
A jovem alemã dizia que via imagens de demônios e, por tudo isso, começou a se considerar a possibilidade de possessão, que ganhou o aval de sua família. Após sete anos de sofrimento, seus pais conheceram o vigário Ernst Alt, que acreditou ser um caso de possessão e convenceu o bispo Joseph Stangl a autorizar o exorcismo. Annelise abandonou os remédios e se recusou a continuar comendo, o que a levou à morte aos 23 anos, depois de ser submetida a 67 sessões de exorcismo, ao longo de 10 meses, entre os anos de 1975 e 1976. As causas da morte foram desnutrição e desidratação.
Caso em aberto
Seus pais e os dois padres que conduziram as sessões de exorcismo foram acusados de homicídio pela promotoria pública da Alemanha. Eles chegaram a ser condenados, mas pagaram fiança e cumpriram pena em regime aberto. O caso divide opiniões até hoje. Por um lado, os céticos dizem que Annelise era apenas uma paciente com distúrbios psiquiátricos severos. Por outro, há quem garanta que seu caso configurava, realmente, possessão demoníaca. Um dos indícios são as vozes diferentes que ela apresentava ao longo do exorcismo, e que chegaram a ser gravadas. A jovem se dizia incorporada por seis demônios: Lúcifer, Caim, Judas, Nero, Hitler e Fleischmann.
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Texto: Natália Negretti