A leitura é uma atividade que mexe com nossa cognição de diversas maneiras. “Ler é um combustível para o cérebro. Quando lemos, há um aumento de conexões no sulco central, região ligada à função motora. Isso desenvolve o raciocínio e estimula a imaginação”, garante Claudio Barbosa, especialista em neuromarketing.
Além disso, o profissional comenta que a prática também “incentiva o aprendizado de novos vocábulos, produz e refina o raciocínio crítico e melhora a capacidade de o indivíduo se comunicar verbalmente e/ou de forma escrita”. Ou seja, dá aquela força a mais para elaborar uma redação para o vestibular, um relatório para o seu chefe ou fazer uma bela apresentação.
O neurocientista Aristides Brito aponta que a leitura ativa a VWFA (Visual Word Form Area), uma região occipto-temporal do giro fusiforme do hemisfério esquerdo, na parte posterior do cérebro. “Quando as áreas visuais e da fala são estimuladas, elas vão se tornando mais ativas e seu acesso mais facilitado. Uma pessoa já alfabetizada ativa a VWFA com muito mais facilidade do que uma pessoa não letrada. É como se construísse um caminho no seu cérebro pronto para uso a qualquer momento”, explica.
O especialista ressalta que o hábito da leitura estimula o sistema límbico, quando um texto emociona o leitor, por exemplo. Além disso, exercita e estimula a realização das sinapses em várias áreas. “As sinapses são a forma pela qual os neurônios interagem, fazendo a troca de informações. A repetição é importante para a aprendizagem pois, quanto mais vezes a mesma rede de neurônios é usada, mais fortes ficam as sinapses, tornando mais facilitando o acesso ao que foi aprendido”, elucida a psicóloga Raquel Canabarro.
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Texto e entrevistas: Ricardo Piccinato – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Aristides Brito, neurocientista e diretor do Marca Pessoal Treinamentos; Claudio Barboza, especialista em neuromarketing e comportamento do consumidor; Raquel Canabarro, psicóloga no Centro Multidisciplinar Fluminense, no Rio de Janeiro (RJ)