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2001: Uma Odisseia no Espaço
2001: A Space Odyssey (1968)
Diretor: Stanley Kubrick | Com: Keir Dullea, Gary Lockwood e William Sylvester | Premiações: Oscar de Melhores Efeitos Visuais | Duração: 160 minutos.
A começar pelos efeitos especiais revolucionários que inauguraram uma nova era de qualidade nas produções cinematográficas, 2001 – Uma Odisseia no Espaço traz temas inéditos ao ano de 1968, que se perduram até hoje como atuais. Inteligência artificial e a evolução humana e científica são abordadas com uma estética tecnológica e surrealista, usando como pano de fundo uma trilha sonora impossível de ser ignorada.
Stanley Kubrick opta por poucos diálogos e prioriza o visual, em especial em sequências longas que geram diversas interpretações, muitas vezes inconclusivas. É, sem dúvida, uma das obras mais influentes da história do cinema.
Ponto alto: o contraste entre o início, batizado de Aurora do Homem, em um tempo de humanos primitivos, com as sequências altamente tecnológicas que vêm a seguir, o que se constituiu como a grande sacada do filme, mais ainda do que toda a tensão criada pelo robô HAL. 2001 firma-se como uma crônica dos caminhos da evolução humana à frente do seu tempo, destinado eternamente a deixar sua audiência inquieta.
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Beleza Americana
American Beauty (1999)
Diretor: Sam Mendes | Com: Kevin Spacey, Annette Bening e Thora Birch | Premiações: Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Diretor e outras duas estatuetas | Duração: 122 minutos.
Dissecando a alma mais íntima das famílias de classe média do subúrbio dos EUA, Beleza Americana expõe a verdade que preferimos não ver. Com bons personagens, em especial Lester Burnham (Kevin Spacey) que passa do monótono típico pai de família ao homem que quer enxergar beleza na vida, e um roteiro sutil, porém que se revela feroz, o filme causou polêmica por nos colocar de frente com tudo o que o ser humano ordinário é capaz de fazer.
Ponto alto: ainda hoje, Beleza Americana dá trabalho para os críticos de cinema que gostam de categorizações, que conseguem concordar apenas na sua qualidade como obra cinematográfica. Possibilitando diversas interpretações, que vão das filosóficas sobre monotonia e os caminhos da redenção até as críticas à sociedade americana, o filme tem o poder de causar perplexidade diante um tema básico: a vida.
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Blow-Up: Depois Daquela Loucura
Blowup (1966)
Diretor: Michelangelo Antonioni | Com: David Hemmings, Vanessa Redgrave e Sarah Miles | Duração: 111 minutos.
Blow-up é um filme de seu tempo: em uma era de velocidade, cores explosivas e revoluções culturais latentes, ele consegue fazer jus ao mundo cada vez mais ligado à imagem, tratando-o com uma ironia ácida que sai das atitudes descompromissadas de seu personagem principal, Thomas. Fotógrafo de celebridades, ele vive a fugacidade dos prazeres, obsessões e frustrações ao tirar uma foto de um casal em um parque londrino, que poderia revelar um assassinato.
Ponto alto: livre adaptação de um conto de Julio Cortázar, Blow-Up tem cenas ápices, por exemplo o ensaio de fotos de sensualidade implícita com uma super-modelo da época, que levam à metáfora final de Antonioni: a verdade estaria na realidade ou em sua representação? “Algumas vezes, a realidade é mais estranha do que todas as fantasias” é a citação que sintetiza a intenção da obra.
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Laranja Mecânica
A Clockwork Orange (1971)
Diretor: Stanley Kubrick | Com: Malcolm McDowell, Patrick Magee e Michael Bates | Duração: 136 minutos.
Descrever a falência das instituições políticas e sociais e retratar a violência da maneira mais perturbadora possível. Trata-se da premissa de um dos longa-metragens mais cultuados que Hollywood já viu.
A dobradinha Stanley Kubrick/Malcolm McDowell funciona de maneira impressionante: o sociopata Alex ataca, estupra, aleija, mata e é posteriormente torturado, e ainda acompanhamos isso através das mais revolucionárias técnicas de filmagem e de cenários repletos de luzes estouradas e cores exuberantes.
Ponto alto: toda a interpretação de McDowell, com seus trejeitos, olhar, falas, caretas e surtos. Tanto na primeira parte do filme (quando ele alopra nas ruas da Inglaterra do futuro) quanto na segunda, em que sofre lavagem cerebral pelas instituições, o ator faz valer cada segundo assistindo a esse forte candidato a melhor filme de todos os tempos.
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A Origem
Inception (2010)
Diretor: Christopher Nolan | Com: Leonardo DiCaprio, Joseph Gordon-Levitt e Ellen Page | Premiações: Oscar de Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som | Duração: 148 minutos.
“Como você chegou aqui?”. Essa é a pergunta que Cobb (Leonardo DiCaprio) faz a Ariadne (Ellen Page) durante um papo trivial num café, quando ele tenta convencer a moça (dentro do próprio sonho dela) a embarcar em sua aventura. O questionamento reúne o mote de Nolan no filme: explorar as sutilezas e a complexidade do mundo dos sonhos, ou melhor, da arquitetura onírica – capacidade de invadir camadas do subconsciente para inserir ideias.
A dupla, ao lado de Arthur (Joseph Gordon-Levitt) e Eames (Tom Hardy), aceita a missão de um empresário japonês para implantar na mente de um ricaço a ideia de desmembrar seu império, e Cobb precisa lidar com o trabalho ao mesmo tempo em que é perseguido pelo fantasma da ex-mulher. Inicia-se aí uma jornada de entrar na cabeça das pessoas e de “sonhos dentro dos sonhos”, que paralisa o espectador até o seu desfecho surpreendente.
Ponto alto: além da cena do café, outro momento marcante é quando Arthur, em uma sincronia absoluta, tenta reunir os corpos dos que já estão dormindo, em gravidade zero – sem falar nas lutas corporais enquanto o cenário gira.
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Texto: Redação Alto Astral Edição: Nathália Piccoli