Um dos episódios mais comoventes ocorridos no Brasil completa 62 anos nesse dia 24 de agosto. Com um tiro disparado contra o próprio peito, o então presidente Getúlio Vargas, como escreveu em sua carta-testamento, saía “da vida para entrar na história”.
A volta de Vargas
Getúlio Vargas havia voltado ao poder em 1951, após vencer as eleições no ano anterior – ele havia governado o país de 1930 a 1945. Dessa vez, o presidente deveria governar o país pelas vias democráticas, não mais por meio de uma ditadura como a que caracterizou seu Estado Novo. No entanto, logo percebeu que seria um mandato mais duro, já que enfrentava a oposição por parte do Congresso Nacional e do setor empresarial, que criticava sua postura nacionalista.
Por isso, sua estratégia foi tentar agradar a todos os setores, de liberais a nacionalistas. No entanto, era quase impossível ter uma aprovação geral. Isso fez com que Vargas sofresse muitas críticas e fosse pressionado a mudar sua maneira de governar.
Diante da enorme pressão de todos os setores, Getúlio se via cada vez mais acuado, e qualquer decisão parecia arriscada. A renúncia mancharia sua carreira política e dificilmente ele conseguiria voltar ao poder se tentasse. Por isso, é quase unânime a ideia de que Vargas planejou sua própria morte, tanto que ele já havia escrito uma carta-testamento, que foi encontrada em seu quarto no dia da morte.
Versão oficial
No início da manhã de 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas estava em seu quarto no Palácio do Catete, localizado na cidade do Rio de Janeiro, então sede do Governo Federal. Assim que um estampido foi ouvido, vários assessores correram em direção ao aposento, onde encontraram o presidente ainda vivo. No entanto, o ferimento foi fatal, levando Vargas à morte momentos depois.
A morte de Getúlio gerou enorme comoção na população, levando milhares de pessoas ao velório, ocorrido no Palácio do Catete. No mesmo dia, o então vice-presidente Café Filho assumiu a presidência.
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Texto: Thiago Koguchi