Engana-se quem acredita que o cyberbullying é somente uma forma de agressão, mas em outra plataforma. Muitos especialistas o consideram mais poderoso que o bullying. Na forma convencional, as ofensas são restritas a um ambiente específico, como o escolar, por exemplo. Já em seu formato virtual, elas podem ser feitas a qualquer hora e de diversas formas, através de mensagens de celular ou espalhando comentários maldosos pelas redes sociais, terreno no qual a agressão ganha repercussão pública.
Agressor
Os atos hostis de quem pratica o cyberbullying são uma forma de demonstrar poder ou superioridade, porém, podem esconder uma necessidade de chamar a atenção, já que não consegue dialogar com outras pessoas. “No agressor, identificamos características como inveja, agressividade, covardia, desrespeito, incapacidade de lidar com a diversidade e, acima de tudo, intolerância”, explica o médico Jô Furlan. No caso do cyberbullying, aproveita-se do anonimato para agredir e ofender as vítimas.
Vítima
Os alvos preferidos dos agressores são as pessoas tímidas, inseguras ou pouco sociáveis, e que fogem de algum padrão estético como peso, altura ou etnia, ou comportamental – geralmente, o aluno com melhor desempenho, ou o mais quieto da classe. Com os atos hostis, tendem a ficar ainda mais inseguras e retraídas, o que leva a comportamentos como angústia, medo, desejo de não ir à escola e depressão.
Público
Um dos fatores que torna o bullying virtual ainda mais poderoso é o público, já que uma ofensa em uma rede social, por exemplo, pode alcançar um grande número de pessoas em pouco tempo. Apesar de boa parte delas não passarem as hostilidades adiante, também evitam defender a vítima, com medo de retaliação. De acordo com Furlan, esses espectadores fazem parte ativa do problema, uma vez que, sem eles, o bullying não decola. “Por outro lado, quando curtem ou compartilham algo neste perfil, também se tornam autores desta violência“, alerta o médico.
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Texto: Thiago Koguchi Edição: João Paulo Fernandes Conultoria: Jô Furlan, médico e pesquisador na área de neurociência do comportamento