O acesso aos processos inconscientes e a influência sobre seus conteúdos ocorrem de modo indireto, ou seja, por métodos da psicologia ou outros métodos que consistem em “melhorar” o funcionamento do campo consciente. Segundo Sofia Bauer, psiquiatra especialista em psicanálise, hipnoterapia e psicologia positiva, acessar o inconsciente é possível com técnicas e profissionais específicos. “As terapias em geral, hoje em dia, nos levam ao caminho do autoconhecimento. A hipnose, via emoções, pode facilmente levar uma pessoa a descobrir coisas que estão guardadas há tempo e que podem ser bem trabalhadas”, explica.
Outro exemplo de terapia para autoconhecimento bastante usada nos dias de hoje é a meditação. “A ideia base do ato de meditar é a aquietação da mente, acalmando as emoções e o pensamento, permitindo que a sabedoria natural que todos nós temos venha à tona. A quietude proporcionada pela meditação é muito benéfica para que o inconsciente se deixe permear”, explica a psicanalista Júlia Bárány.
A prática milenar do ioga também permite o acesso ao inconsciente, harmonizando e aquietando o corpo. “Ao criar flexibilidade, força, espaço e aceitação, além do autoconhecimento corporal, o inconsciente pode emergir e com ele aquele que manda na casa, ou seja, o seu eu”, pontua a especialista.
Uma outra forma de esse companheiro desconhecido entrar em conexão com você é através dos sonhos. “Acessamos naturalmente o inconsciente nos nossos sonhos mas poucas vezes o entendemos, pois os sonhos são imagens e precisam ser interpretadas”, explica Júlia. Descobrir o que cada sonho quer dizer pode ser importante pois, segundo a psicanalista, “aquilo que você sonha é o seu conteúdo”. Para realizar a interpretação, um bom terapeuta pode ajudar.
A arteterapia, que se trata de um processo terapêutico, também pode ser uma grande aliada na hora de acessar o inconsciente. “Um bom profissional auxilia a pessoa a se ver no que ela criou. A arte é sempre o espelho da alma e nunca mente. Além de servir de espelho, pode servir de cura”, finaliza Júlia.
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Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevistas: Natália Negretti e Jéssica Pirazza/Colaboradora – Consultoria: Júlia Bárány, psicanalista; Sofia Bauer, psiquiatra e especialista em psicanálise