Encarar um novo relacionamento, em diversos casos, nem sempre é uma tarefa fácil. E quando a mulher começa um envolvimento com um homem novo, muitas vezes a idade é considerada um empecilho por amigos, familiares e até pela sociedade. Nem mesmo as celebridades escapam de olhares tortos e comentários pejorativos. Algumas, inclusive, são alvos de preconceito e machismo, caso de Tatá Werneck, Marília Gabriela, Fátima Bernardes e Susana Vieira.
O assunto tem tomado as rodas de conversas por conta da novela “Um Lugar ao Sol”, que mostra o romance de Rebeca (Andréa Beltrão), uma ex-modelo de meia-idade, e Felipe (Gabriel Leone), um rapaz mais jovem. Ao ver um jovem ao lado de uma mulher que aparenta ter mais idade, nem todos conseguem encarar com naturalidade. Algumas pessoas alimentam a visão distorcida de que um rapaz com uma mulher com mais 40 anos só tem interesse nos bens ou no dinheiro dela. Já a mulher é vista como “desesperada” por afeto.
Polêmicas e críticas à parte, o fato é que não existe limite de idade para se apaixonar, certo? A psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranic comenta alguns fatores que precisam ser levados em conta nesse tipo de relação:
É preciso se empoderar
O preconceito diante de mulheres que têm relacionamentos com homens mais novos é reflexo da ideia paternalista de que o homem deve ser mais velho para garantir a proteção. No entanto, esse cenário vem sendo modificado e o lugar da mulher na sociedade está ganhando cada vez mais força.
Não só nos relacionamentos, mas na política, no mercado de trabalho e em situações em que isso nem era cogitado. Ainda que, aos poucos, a mulher ocupe espaços aos quais antes não tinha acesso, as mudanças e a luta não podem parar.
Ter mais idade não significa não ter vontades
Após a mulher entrar na menopausa, ela já se cobra por perceber que o pique muda. Porém, é preciso manter a autoestima em dia para não cair na cilada de se achar incapaz de vivenciar um relacionamento com uma pessoa mais jovem. Muito mais do que um corpo firme e dinheiro, os relacionamentos se baseiam em admiração e sentimento - e a idade não faz a menor diferença nessa conta.
Aceitação e cumplicidade
Segundo Arlete, a mulher não pode querer competir com as meninas mais novas. O tempo faz o corpo mudar e é natural. O principal é se aceitar como é e se valorizar para que o outro valorize. É Importante também observar o estilo de vida de ambos e isso inclui saber o que a parceria gosta de fazer, quais são os programas que costuma marcar com a família e os amigos.
Todas essas questões fazem a pessoa avaliar o quanto aquela relação pode ter sucesso e ser saudável. “Fatores como respeito, amor, responsabilidade afetiva e admiração não têm idade, vale para todas. Portanto, lembre-se de se cuidar para não cultivar relações tóxicas”, avisa a psicóloga.
Fonte: Arlete Gavranic, psicóloga, terapeuta sexual e coordenadora da pós-graduação em Terapia Sexual da UNISAL (Centro Salesiano Universitário de São Paulo).