Em algum momento da vida, você já deve ter ouvido falar que “é impossível amar alguém sem amar primeiro quem você é”, não é mesmo? Pois é! Isso acontece porque o amor-próprio é o conhecimento que nos ajuda a lidar com os sentimentos (internamente) e também com o mundo externo. Nesse sentido, assim como outras habilidades importantes para a vida, esse é um sentimento que precisa ser trabalhado.
No entanto, para muitas mulheres essa é uma tarefa complicada, já que o autocuidado é sempre deixado de lado. Por demanda da sociedade, cabe ao papel feminino a tarefa de cuidar de pessoas, ambientes ou demandas do dia a dia, mas nunca sobra espaço para o acolhimento e autocuidado. Aprendemos a ter amor-próprio de menos e acabamos associando esse sentimento ao egoísmo. Mas por quê isso acontece?
Bom, a resposta você provavelmente já sabe, não é mesmo? Apesar dos muitos avanços, a figura feminina fica encarregada desse papel de abnegação, deixando sua própria vida em segundo plano. Às vezes, são tantas preocupações com estudo, carreira, maternidade e outras questões, que fica difícil reservar um momento para si mesma.
O amor-próprio é uma construção
Segundo o terapeuta João Gonçalves, o amor-próprio é uma construção que pode ser desenvolvida e exercitada a partir do autoconhecimento, tendo mais consciência de quem realmente somos.
“Desenvolver o amor-próprio é importante porque é daí que surgirá o sentimento de que merecemos ser felizes, e nos liberaremos para criarmos experiências agradáveis, saúde, prosperidade, relacionamento afetivo satisfatório e, portanto, uma vida plena. Tudo isso nasce no amor-próprio, assim como a ausência dele trará o contrário de tudo isso”, explica o especialista.
Ao trabalhar o autoconhecimento, você amadurece e cria uma maior consciência sobre suas limitações e entende como deve ser o seu amor-próprio. Como essa não é uma tarefa fácil, é importante contar com a ajuda de terapeutas, assim, é possível ter uma análise voltada para suas individualidades, respeitando seu processo de desenvolvimento.
Outra ferramenta que pode ajudar na compreensão e reconhecimento de amor-próprio são os livros. A obra 'Seja seu próprio amor', escrita por Megan Logan, se debruça sobre esse sentimento tão presente no universo feminino, apresentando uma jornada para mulheres que precisam se reencontrar, cultivar seus dons e principalmente, se amarem do jeito que são.
Não existe uma receita pronta de amor-próprio para todas as mulheres
Por mais que o amor-próprio seja uma busca em comum para várias mulheres, esse sentimento possui características específicas para cada mulher. No prefácio de 'Seja seu próprio amor', Lu Ferreira, a criadora de conteúdo por trás do “Chata de Galocha” comenta sobre essa individualidade do sentimento:
“Não existe uma fórmula para o amor-próprio, nem para o autocuidado. Para mim, pode significar dormir bem e me exercitar; para você, pode ser se permitir quinze minutos de silêncio no meio do dia. Não existe certo e errado, e, por isso, aconselho que você seja sincera e se dedique a encontrar sua fórmula (...). Não tenha medo de experimentar coisas novas, permita-se.”
Por fim, se você está no meio desse processo de encontrar seu amor-próprio, permita-se viver e sentir coisas diferentes. Seja mais gentil consigo mesma e respeite seus limites. Não importa o que aconteceu para chegar até o processo de entender que precisa cultivar esse sentimento, o importante é não desistir de chegar onde quer.