Com a inflação em alta e a renda em baixa, muitas mulheres se viram em uma situação financeira vulnerável durante a pandemia. Por isso, é essencial se planejar e economizar em momentos como este, mas sem complicações.
Primeiramente, você precisa entender o seu panorama. Em comparação a alguns meses atrás, o que foi que pesou mais no bolso, onde você direcionou mais gastos. A partir disso, é possível ponderar onde dá para adaptar as compras e serviços, buscar alternativas mais em conta ou fazer alguns cortes.
Segundo a especialista em Ciências Econômicas e Finanças, Marcya Dollny de Souza, é necessário se organizar e controlar. Para isso, existem algumas dicas e procedimentos que podem facilitar a sua vida neste momento.
Reserva técnica familiar
Faça um levantamento de todas as economias com as quais podemos contar. Neste momento, o ideal é pensar na família como um todo. Considere o salário das pessoas que estão empregadas, as reservas, todo o dinheiro de possíveis rescisões trabalhistas, eventual acesso ao seguro desemprego e qualquer fonte de renda extra que a família tenha.
Juntando tudo isto você terá o levantamento da reserva com a qual a família poderá contar.
Gastos básicos
São aqueles que não há como cortar. A tendência em momentos de crise é querer manter o mesmo padrão de vida de antes e é preciso conscientizar-se de que isso não é mais viável. São momentos que exigem sacrifícios.
Os gastos básicos são alimentação, luz, água, telefone, internet, aluguel, condomínio, transporte, produtos de limpeza e higiene pessoal e outros que façam parte da rotina da família (mensalidade escolar, plano de saúde, etc), medicamentos de uso contínuo.
Não esqueça também de alguns gastos que ocorrem com menor frequência e às vezes são deixados de lado desta lista, como IPTU, IPVA, possíveis seguros que a família tenha.
Agora efetuados os levantamentos da reserva técnica e dos gastos básicos, temos que compará-los. Neste momento, a pergunta a se fazer é: o dinheiro que tenho dá para manter quantos meses dos gastos básicos?
Possíveis cortes
Os quesitos que podem ser reduzidos são: o hábito de pedir comida pronta, combustível (se valendo da pandemia para ficar mais isolada em casa), compras desnecessárias, serviços de streaming e qualquer gasto que não seja essencial neste momento.
Em hipótese, algumas compras no cartão de crédito podem se tornar um grande vilão. Inclusive, pagar as despesas à vista auxilia em um melhor controle dos gastos. Vale lembrar que as dívidas, principalmente se forem com bancos, podem e devem ser renegociadas - procure o gerente, explique a situação e solicite uma renegociação.
Reserva de segurança
Temos que criar a cultura de poupar dinheiro e guardar. Não é algo fácil, principalmente pela instabilidade de nossa economia, inflação, taxas de juros, oferta de empregos.
O recomendado é incluir uns 20% a mais na soma destes gastos para as emergências que possam ocorrer. Desse modo, se a soma dos gastos básicos mensais for de R$2.000,00, por exemplo, inclua pelo menos mais R$400,00 como um fator de segurança. Um medicamento extra, uma telha que quebrou, um pneu que furou.
A lógica é fazer um sacrifício no presente, deixando de gastar com coisas que nos dariam prazer imediato, para que assim possamos transferir uma segurança para o futuro, inclusive pensando em sua aposentadoria.
Consultoria: Marcya Dollny de Souza, matemática, especialista em Ciências Econômicas e Finanças e professora da Escola de Negócios da PUCPR