A reflexão acerca do que é tortura psicológica e como pode ocorrer de diferentes maneiras, ganhou força depois que Lucas Penteado, participante do BBB 21, foi posto em situações desconfortáveis e abusivas pela rapper Karol Conká.
Após desentendimentos na primeira festa do reality, o ator sofreu um distanciamento por parte dos outros participantes e forte rejeição, sobretudo pela cantora, que o passou a tratar de forma hostil. Karol disparou comentários ofensivos, fez Lucas almoçar sozinho, chamou-o de “louco” e disse que não aguentava mais sua presença na casa.
Em determinado momento, a cantora afirmou que iria fazer Lucas aprender ‘na marra’.“Se está sendo permitido torturar os participantes, eu vou torturar ele também”, disparou ela.
Com menos de duas semanas de programa, o clima ficou pesado e complicado entre os confinados, que se viram diante de situações desconfortáveis, sem saber exatamente como lidar. Inclusive o próprio Lucas não aguentou as pressões e optou por sair do programa.
Segundo a psicóloga Marilene Kehdi, especialista em atendimento clínico, a tortura psicológica pode acontecer em qualquer tipo de vínculo, seja uma relação amorosa, profissional, fraterna ou de amizade. O agressor se sente superior a vítima e age de forma a atingir seus pontos fracos, deixando-a fragilizada e vulnerável.
Este tipo de ataque pode envolver humilhação, constrangimento, manipulação, desvalorização, isolamento, pressão psicológica e perseguição. Atitudes que abalam a autoconfiança, autoestima e estabilidade emocional da pessoa que sofre a violência.
Dessa forma, a vítima passa a perder sua identidade. Quanto maior o desgaste emocional, menos forças encontra para enfrentar a situação e sair dela.
Segundo Marilene, o agredido pode desenvolver alguns tipos de transtornos mentais. “Ansiedade, pânico, depressão, e também várias doenças e sintomas físicos”.
Apoio
Para lidar com a violência psicológica e sair deste contexto de ataques, uma rede de apoio é fundamental. De acordo com a psicóloga, ao reconhecer que está em uma situação assim, a pessoa deve procurar ajuda, conversar com alguém de sua confiança e buscar um tratamento profissional.
Se você conhece alguém que é vítima desse tipo de ataque, procure estar por perto. Ofereça apoio, aconselhe a buscar ajuda especializada e, dependendo do caso, a fazer uma denúncia.
Consultoria: Marilene Kehdi, psicóloga / Texto: Daniela Orlandi